sábado, 29 de novembro de 2008

EU QUERO UM AMOR


Eu quero um
amor de repente.
Nem precisa ser
pra sempre,
também
nem precisa
durar muito.
Um amor assim,
meio boêmio, ao som de
samba e bossa nova.
Eu quero um
amor contente,
com um ar
adolescente.
Um amor que
sobreviva nas
madrugadas sem
fim.
Eu quero um
amor com sabor
de vinho
do porto.
Um amor que
qualquer
tempo é pouco.
Eu quero um
amor maior
que a minha
vaidade, e sem
preocupação com
fidelidade.
Um amor
recheado de
tesão.
Eu quero um
amor que não
vire cinema.
Um amor
que caiba só
no poema.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CARTA A UM AMOR



K.S.M,


Sabe, queria você entendesse que não é uma inconstância qualquer. Na verdade, nem inconstância é. Isso é medo. É auto-defesa. Sempre precisei entender um pouco daquilo que estou vivendo, ou pelo menos achar que estou entendendo. Não consigo mergulhar de olhos fechados no desconhecido. Preciso me sentir segura, de alguma forma, mas não sei nem se você existe, ou isso tudo é fruto de uma imaginação doente.


Sei que você vê o fundo da minha alma. E que com você não preciso usar falsos brilhos, você impressionantemente pressente a minha cara lavada. Isso me deixa, estática, um pouco por timidez, um pouco por medo da rejeição. Mesmo sem saber, você toca nas minhas feridas. Um lado meu tem medo desse seu jeito de me olhar, como se tivesse um raio-x de mim.


Mas o outro lado só quer te alcançar. A minha vontade é ultrapassar os limites da distância e deitar no seu colo, como quem encontrou em você um porto. Eu queria fazer amor com você, mas não como quem busca unicamente o prazer carnal. Queria te amar, como quem precisa sentir os seus encaixes. Queria ter o seu corpo dentro de mim e me sentir guardada por você, como se você fosse meu dono. Como se fosse meu homem e eu a sua mulher.

Queria que você entregasse de vez a sua solidão pra mim e que eu entregasse a minha para você. Nós teríamos um ao outro e nunca mais nos sentiríamos sós. Mas o meu outro lado sabe que tudo isso é impossível e que a nossa “história” é só um barquinho de palavras na correnteza.
(S.L)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

SER NEGRO É SER




Ser negro é ter a pele
pintada de dor e beleza.


É ter consciência de que
consciência, ainda não existe.


Ser negro é ser dono da alegria,
e generosamente dividi-la entre
os filhos do preconceito.


Ser negro é ser brasileiro
duas vezes.


É gritar não aos nãos
da vida.


Ser negro é ter a liberdade
disfarçada de alma.


Ser negro é ser.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

CALE A BOCA

Cale a boca
Meu amor, cale a sua boca imunda.
Eu não vou ouvir as suas poesias de idéias prontas.
Muito menos guardar as suas flores na minha sala de estar.
Não sou eu quem vai te ensinar a ser macho aos trinta e cinco anos de idade.
Not, não é assim que se faz.

Vem cá, chegue mais perto!
O que que é? Tá com medinho?
Ah, já sei!
Seu pau não resiste a minha bunda grande.
Acertei?
Nossa, mas que coisa mais antiquada,
sempre aceso por um cuzinho, não é?
Isso é o máximo da sua virilidade masculina?
Boy, não me decepcione assim!!

Me passe um cigarro!
Obrigada!
Vamos lá, sua última chance,
você tem um
minuto pra me convencer
a trepar com você.
Pammmmm!!
Errado!

Você me ama, isso é resposta?!
Você acha que as mulheres
só vão pra cama por amor?
Baby, eu sei separar amor de sexo!
Isso te assuta?

Apaga a luz.
Preste atenção no que vou te falar:
Amanha eu não quero que você me ligue pra dizer que eu fui a sua melhor.
Eu vou ser a melhor e não preciso que você diga nada.

Tire a Roupa

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

POEMA AO AMOR INVENTADO




É com os ouvidos atentos
que ouço suas mentiras infernais.
Já acreditei em tantas verdades.
E hoje, não quero mais.

Preciso do que é inventando.
A invenção não tem limites, é livre.
Eu também sou uma invenção de mim
mesma, presa a minha liberdade
de ser.

Eu te amo, porque és
invenção. Amo sobretudo,
por não poder provar pra mim
mesma que és invenção.
Então és verdade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

POEMA ABRA OS BRAÇOS PARA O MEU AMOR



Deixe a sua lágrima
me molhar.

Quero tomar
suas emoções
no café da manha.

Largue o jogo.
Esqueça o blefe.
Me dê sua mão

Não vou te amar pelo
que você acha que
me faria te amar

Vou te amar e amo.
Pela sua fragilidade
que não se vê a olho nu.
Por seu olhar que encontra
o meu e diz: Eu tenho medo.

Rasgue o peito.
Mostre- me suas dores .
Acabe com os
disfarces .
Confie na força dos seus
sentimentos, eles não
precisam de proteção.

Esqueça os números,
a quantidade, o tamanho
a maquiagem.

Quero ver a sua cara
lavada. Quero o
cheiro do seu suor.

Quero beber seu veneno
e seus líquidos todos.

Quero viver ou morrer pra ver
você abrir os braços para o
amor que tenho pra te dar.