sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ESTE ANO NÃO TE DESEJO NADA


 Aos meus amigos,



   Para este  Ano  Novo não desejo saúde, amor, paz, prosperidade e nem dinheiro pra ninguém. Não desejo porque muitos já desejam e isso não muda o curso de ação da vida. Não faz com que as coisas aconteçam. Não significa, quase nada, além de meros desejos que na maioria das vezes não são verdadeiros.

   Aos meus amigos não desejo. Eu ofereço. Ofereço companhia para o banho de chuva e  para os Domingos à tarde. Não conte com a minha presença nas badalações de sábado à noite, sou da turma que prefere a conversa, o intimo, o contato. Ofereço o meu ouvido atento para mentiras sinceras e telefonemas noturnos. Ofereço-me para parques de diversão, teatro, livrarias, cinemas e shoppings ( Em menor quantidade, bem menor).Ofereço minha casa, meu quarto,minha cama pequena. Ofereço a minha in-ti-mi-da-de.

     Ofereço-me ainda para dias de coração e cerveja gelada, mas especialmente para dias de copo e coração vazios; aqueles em que não há o que se fazer nem o que se falar. Ofereço- me como companhia pra luta contra o preconceito e a ignorância. Ofereço-me para todo tipo de erros e  brigas,  mas entenda quando eu precisar  brigar com você, afinal de contas todo mundo precisa de alguém pra brigar de vez em quando. Ofereço-me para a sorveteria, pizzaria e para o cachorro – quente da esquina, ofereço também meu cartão de crédito.

    Não ofereço bondade nem fidelidade porque não as tenho. Ofereço a possibilidade de você ser você mesmo em minha companhia. Ofereço a mim mesma - inteira. Não ofereço minha amizade eterna, mas te ofereço o meu amor agora.

(Sintia Lira)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

NEM IGUAIS – NEM OPOSTOS: VARIAÇÃO DA MESMA COISA




Pra começo de conversa, até hoje, não conheci nenhum casal sequer de pessoas iguais. Chego a desconfiar que essa é uma descoberta impossível, já que segundo os especialistas de bar, cada ser humano é uma construção única.

Por outro lado: Sinto decepcionar os masoquistas, mas não há interação possível entre os opostos. O velho clichê “Os opostos se atraem” já pode ser substituído por qualquer coisa como: “Os variantes se atraem”. É que nem os iguais nem os opostos podem se juntar. A união só é possível entre os variantes da mesma coisa.

Ele gosta de música clássica e ela de funk. Perfeito! Os dois variam nos gostos musicais, mas ambos apreciam a harmonia de sons. Impossível seria, se um amasse música e o outro odiasse veementemente qualquer manifestação musical;

A moça prefere viajar para a praia e o moço prefere viajar na maionese. Tudo bem, sem problemas, afinal ambos compartilham o gosto pelos sonhos e pelo que está além de. Esse relacionamento só estaria condenado, se um fosse aberto ao mundo e outro totalmente enclausurado dentro do espaço físico ou dentro de si mesmo.

No fundo a gente gosta da relação com quem é diferente para legitimar as brigas, mas não tão diferente a ponto de desafiar a nossa coerência. Enfim, nem iguais – nem opostos: Variação da mesma coisa

(Sintia Lira)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

COMPROMETA-SE


Comprometa-se

com os meus medos.

meus defeitos,

minha lingua afiada,



minha carência,

pêlos e apelos



Comprometa-se com

minha solidão,

meu dinheiro sujo,



minha

inveja da felicidade

alheia e meu gozo fácil



Comprometa-se com

a minha

sujeira e vulgaridade, com

a minha insatisfação crônica.



Comprometa-se com as

minhas dívidas do futuro e

metas do passado



com a minha dor

de cotovelo e minhas

mentiras mal contadas.



Comprometa- se

comigo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CARTA - VIVA O AMOR NÃO CORRESPONDIDO




Querida Deinha,

Quer ver uma verdade? Se você ama um cara que não te ama, qualquer livro de auto-ajuda que se preze e até suas melhores amigas te aconselharão a largar o amor de lado, ou até te convencerão de que não era amor de verdade. Mas por quê? Por que o amor precisa ser uma via de mão dupla? Amor é mercadoria de troca, só vai se vier de volta? Então é assim? Isso é o que eu chamo de era do capitalismo sentimental.

O senso comum diz que sofrer por amor não correspondido é baixa auto-estima, mas pra mim é o cúmulo do amor próprio. Quem ama e não é amado sofre porque pagou adiantado e quer receber a qualquer custo, pra isso chora, grita e dá chilique como se o universo ou Deus fosse ter pena desse credor.

Minha cara amiga, não se engane: Amar pela beleza ou pelo prazer que o outro te proporciona não é menos grave que amar pelo dinheiro. Tudo é interesse, é troca, é puro capital enrustido. O amor, não sabe pontuar. Não gera dividas, não tem motivo, não é trocado nem doado é dado a quem a ele pertence. O resto é especulação.

Não deixe de amar esse canalha, viva o amor não correspondido. Por via das dúvidas: Seja feliz tendo uma relação-de-troca com um alguém qualquer, seu ego precisará desse afago.

Um beijo,
Meire

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

DESABAFOS AOS MORAIS E IMORAIS


Queridos,


Definitivamente: Não quero estar na mira de quem atira contra a felicidade alheia. Também não serei plateia para o showzinho interminável dos que gostam de se vitimizar. Desculpem-me, mas eu não tenho pena de ninguém. Eu tenho asas.
Meu único jogo é não jogar. Porque quem joga está sempre limitado as regras, ainda que essas sejam imorais. Os que trucam, blefam, fofocam, manipulam estão terrivelmente limitados a usar desses tipos de artifícios para sobreviver. Por outro lado, os morais, estão igualmente limitados, pois também jogam, mas nesse caso com regras prontas. Regras paridas em laboratórios humanos.
Amigos, não insistam, eu não vou jogar. Não pertenço aos morais nem aos imorais. Pertenço só a mim, por isso sigo só meu coração, sigo só.


Adeus!

(Sintia Lira)