quinta-feira, 9 de setembro de 2010

NEM IGUAIS – NEM OPOSTOS: VARIAÇÃO DA MESMA COISA




Pra começo de conversa, até hoje, não conheci nenhum casal sequer de pessoas iguais. Chego a desconfiar que essa é uma descoberta impossível, já que segundo os especialistas de bar, cada ser humano é uma construção única.

Por outro lado: Sinto decepcionar os masoquistas, mas não há interação possível entre os opostos. O velho clichê “Os opostos se atraem” já pode ser substituído por qualquer coisa como: “Os variantes se atraem”. É que nem os iguais nem os opostos podem se juntar. A união só é possível entre os variantes da mesma coisa.

Ele gosta de música clássica e ela de funk. Perfeito! Os dois variam nos gostos musicais, mas ambos apreciam a harmonia de sons. Impossível seria, se um amasse música e o outro odiasse veementemente qualquer manifestação musical;

A moça prefere viajar para a praia e o moço prefere viajar na maionese. Tudo bem, sem problemas, afinal ambos compartilham o gosto pelos sonhos e pelo que está além de. Esse relacionamento só estaria condenado, se um fosse aberto ao mundo e outro totalmente enclausurado dentro do espaço físico ou dentro de si mesmo.

No fundo a gente gosta da relação com quem é diferente para legitimar as brigas, mas não tão diferente a ponto de desafiar a nossa coerência. Enfim, nem iguais – nem opostos: Variação da mesma coisa

(Sintia Lira)

2 comentários:

joão victor borges disse...

Entendi o que você quis dizer, e concordo. Nunca tinha pensado que o oposto seria, na verdade, o extremo oposto, como "Sim" e "Não". Nesse caso, realmente nunca daria certo.

Abraço! ;)

http://anpulheta.blogspot.com

José Roberto Paraíso disse...

Olá!
Percebo que seu texto tem uma grande influência de Clarice Lispector.
Recomendo que você leia também todos os volumes de o “Tempo e o Vento” de Erico Verissimo.
Machado de Assis também é muito bom.
Abs!